Belo Monte e processos de licenciamento ambiental:

As percepções e as atuações dos Xikrin e dos seus antropólogos

Autores

  • Clarice Cohn

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.34

Palavras-chave:

Xicrin, Belo Monte, licenciamento ambiental

Resumo

Os efeitos da construção da usina de Belo Monte têm sido grandes, com complexas reverberações. Os Xikrin se veem repentinamente no olho do furacão, e, neste mosaico de novos atores e de mudanças nos impactos, têm que descobrir novas saídas, novos procedimentos, novos aliados e alianças. Certamente, este é o maior desafio por eles enfrentado nas últimas décadas, desde que decidiram por aceitar o contato e se instalar definitivamente às margens do Rio Bacajá, em meados do século XX, e seus temores pelo destino do rio e pelo futuro de suas crianças é dos primeiros, e nada desprezíveis, impactos do projeto.

Referências

BERMANN, C.; HERNANDEZ, F. M. A usina de Belo Monte: energia e democracia em questão. Política Democrática (Brasília), v. Ano IX, p. 43-57, 2010.

BERMANN, Celio. Crise ambiental e as energias renováveis. Ciência e Cultura (SBPC), v. 60, p. 20-29, 2008.

___________. Impasses e controvérsias da hidreletricidade. Estudos Avançados, v. 21, p. 139-153, 2007.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

COELHO DOS SANTOS, Sílvio; NACKE, Aneliese (org.). Hidrelétricas e povos indígenas. Florianópolis, letras contemporâneas, 2003.

COHN, Clarice. A criança indígena. A concepção xikrin de infância e aprendizado. Tese (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2000.

___________. Relações de diferença no Brasil Central: os mebengokré e seus outros. Tese de doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2005.

FISHER, William H. Dualism and its Discontents: social organization and village fissioning among the Xikrin-Kayapo of Central Brazil. Ph.D. Dissertation – Faculty of the Graduate School of Cornell University, 1991.

FISHER, William H. Kayapo leaders, public associations, and ethnophysiology of age and gender. Paper prepared in advance for participants in Symposium no. 121, “Amazonia and Melanesia; Gender and Anthropological Comparison”, 1996.

FISHER, William H. Rain Forest Exchanges. Industry and Community on an Amazonian Frontier. Washington, Smithsonian Institution Press, 2000.

GALLOIS, Dominique. 2000. Antropólogos, Índios, ABA, Funai: mediações necessárias?. Revista Parabólicas, n 59 agosto/setembro. Disponível em: http://www.socioambiental.org/website/parabolicas59/artigos/dominique1.htm

GORDON, Cesar. Economia Selvagem. Ritual e Mercadoria entre os Índios Xikrin-Mebêngôkre. São Paulo: UNESP/ISA/NuTI, 2006.

INGLEZ DE SOUZA, Cássio Noronha. Vantagens, vícios e desafios. Os Kayapó Gorotire em tempos de desenvolvimento. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de São Paulo, 2000.

LEA, Vanessa. Nomes e Nekrets Kayapó: uma concepção de riqueza. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional – UFRJ, mimeo. 1986.

LEITE, Ilka Boaventura (ORG). Laudos periciais antropológicos em debate. Florianópolis : Co-edição NUER/ABA, 2005.

MIRAS, Julia Trujillo; GONGORA, Majoí Fávero; MARTINS, Renato; DO PATEO, Rogerio (ORG.). Makunaima Grita! Terra indígena Raposa Serra do Sol e os Direitos Constitucionais no Brasil. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2009.

SANTOS, L.A.O. & ANDRADE, L.M.M. de (orgs.). As hidrelétricas do Xingu e os povos indígenas. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1988.

SEVÁ FILHO, A.O. (ORG.) 2005 Tenotã-mõ: Alertas sobre as conseqüências dos projetos hidrelétricos no rio Xingu, International Rivers Network. Disponível em: http://www.internationalrivers.org/files/Tenotã-Mõ.pdf

___________. Belo monte de mentiras! Disponível em: http://www.correiocidadania.com.br/content/blogcategory/69/179/. Acesso em 10 de Janeiro de 2011.

SOUSA, Cássio Noronha Inglez De; ALMEIDA, Fábio Vaz Ribeiro De; LIMA, Antonio Carlos De Souza; MATOS, Maria Helena Ortolan (ORG.). Povos Indígenas: Projetos E Desenvolvimento II. Rio de Janeiro: Laced, 2010.

TURNER, Terence (1979b) – “Kinship, household, and community structure among the Kayapó”. In: Maybury-Lewis (org.). Dialectical Societies: the Gê and Bororo of Central Brazil. Cambridge, Harvard University Press, 1979.

TURNER, Terence. 1991. “Baridjumoko em Altamira”. In: Povos Indígenas no Brasil 1987/88/89/90 – CEDI.

VERSWIJVER, Gustaaf. The Club-Fighters of the Amazon. Warfare amog the Kayapo Indians of Central Brazil. Gent, 1992.

VIDAL, Lux. Morte e Vida de uma Sociedade Indígena Brasileira. São Paulo: Hucitec, 1977. Documentos:

Parecer técnico no 21/CMAM/CGPIMA-FUNAI - Análise do Componente Indígena dos Estudos de Impacto Ambiental. 2009. Disponível em: http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/BeloMonteFUNAI.pdf

Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Componente Indígena. Plano de Trabalho para a realização dos Estudos Socioambientais na TI Trincheira Bacajá. Disponível em: http://tinyurl.com/49tutnk

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis LICENÇA PRÉVIA No 342 /2010. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/wp-content/files/LP342-2010-Belo-Monte.pdf

Para mais informações:

Especial ISA Belo Monte: http://www.socioambiental.org/esp/bm/index.asp

International Rivers Network: http://www.internationalrivers.org/

Movimento Xingu Vivo Para Sempre: http://xingu-vivo.blogspot.com/

Blog de Telma Monteiro: http://telmadmonteiro.blogspot.com/

Downloads

Publicado

01-12-2010

Como Citar

Cohn, C. (2010). Belo Monte e processos de licenciamento ambiental:: As percepções e as atuações dos Xikrin e dos seus antropólogos. Revista De Antropologia Da UFSCar, 2(2), 224–251. https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.34