Notas comprometidas sobre a discussão dos efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricos, antropologia e a atualidade da temática

Autores

  • Ana Maria Daou

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.36

Palavras-chave:

Grandes projetos hidrelétricos, barragens, antropologia

Resumo

A discussão sobre a construção de grandes barragens e seus efeitos sociais, ou como aparece com mais frequência, seus “impactos,” é de enorme atualidade, seja nos debates públicos, seja nos fóruns acadêmicos. O tema ganha relevância em contextos em que os investimentos materiais e simbólicos desenvolvimentistas ganham maior visibilidade. Qual a contribuição da análise antropológica para a reflexão sobre os problemas suscitados pelos projetos de geração de energia elétrica advindos da fonte hídrica, modalidade de produção de energia que se mantém hegemônica no Brasil? Como pensar as questões indicadas pela literatura como “impactos,” “impactos ambientais,” “impactos sociais” causados por grandes obras, como as barragens, de uma perspectiva que considere a diversidade dos pontos de vista e identifique valores diferenciados entre os agentes sociais submetidos a tais processos?

Referências

ALMEIDA, A.W. Os deslocamentos compulsórios de índios e camponeses e a ideologia do desenvolvimento. In: MAGALHÃES, S.B.; BRITTO, R de C. e CASTRO, E.R. de (orgs.). Energia na Amazônica. 2 vols. Belém: Museu Paraense Emílio

Goeldi, Universidade de Pará, Associação de Universidades Amazônicas, 1996. p.465-476.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

CEOM – Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina. Inventário da Cultura Material e Cabocla no Oeste de Santa Catarina. Chapecó: Argos, 2008.

DAOU, A.M.L. Políticas de Estado e Organização Social Camponesa: a barragem de Sobradinho. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, PPGAS/MN, 1988.

DAOU, A.M. “A solução própria em Sobradinho, uma proposta de pesquisa.” In (org). Os camponeses e as Grandes Barragens (relatório de pesquisa), mimeo. Rio de Janeiro, Museu Nacional/UFRJ, 1990.

___________. Os “desobrigados da barragem”: longe e perto do lago. Uma reflexão sobre o deslocamento compulsório em Sobradinho. In: MAGALHÃES, S.B.; BRITTO, R. de C. e CASTRO, E.R. de (orgs.). Energia na Amazônica. 2 vols. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade de Pará, Associação de Universidades Amazônicas, 1996. p.477-490.

FAILLACE, Sandra T. Comunidade Etnia e Religião: um estudo de caso na Barragem de Itá (RS/SC). Dissertação de Mestrado, Programa e Pós-graduação em Antropologia Social, PPGAS/MN,1988.

LEITE LOPES, José Sérgio. Introdução. In: LEITE LOPES, José Sérgio (coord.); Antonaz, Diana; Prado, Rosane; Silva, Gláucia (orgs.). A ambientalização dos conflitos sociais: participação e controle público da poluição industrial. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. 334p.

MAGALHÃES, Sonia. O Desencantamento da Beira – reflexões sobre a transferência compulsória provocada pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí. In: MAGALHÃES, S.B.; BRITTO, R de C. e CASTRO, E.R. de (orgs.). Energia na Amazônica. 2 vols. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade de Pará, Associação de Universidades Amazônicas, 1986. p.697-743.

MARTINS-COSTA, A.L. Uma Retirada Insólita: a representação camponesa sobre a formação do lago de Sobradinho. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, PPGAS/MN, 1989.

MARTINS-COSTA, A. L. A família e a reestruturação da vida social na borda do lago de Sobradinho, In Sigaud, L. (org). Os camponeses e as Grandes Barragens (relatório de pesquisa) mimeo. Vol II Rio de Janeiro, Museu Nacional/UFRJ, 1990.

RENK, Arlene. Narrativas da diferença. Chapecó: Argos, 2004. p.91-116.

RENK, A. e WINCKLER, S. Barragens e PCHs no Rio Uruguai: populações tradicionais e invisibilidade oficial Trabalho apresentado na 27a Reunião da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, Belém, 2010.

SIGAUD, Lygia. Efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricas: as barragens de Sobradinho e Machadinho. Comunicação No 9, 1986. 106p.

SIGAUD, L.; MARTINS-COSTA, A.L. e DAOU, A.M. Expropriação do campesinato e concentração de terras em Sobradinho: uma contribuição à análise dos efeitos da política energética do Estado. Ciências Sociais Hoje. São Paulo:

ANPOCS/Vértice/Editora Revista de Tribunais, 1987.

SIGAUD, L., 1989. “O social sob controle”, mimeo, Rio de Janeiro, UFRJ, Museu Nacional, 28 pp

SIGAUD, L. Crença, descrença e interesses: por uma sociologia das condutas face ao deslocamento compulsório. In Rosa, L. P., Sigaud L. La Rovere, E.(Coords.). Estado, Energia Elétrica e Meio Ambiente-O caso das Grandes Barragens. Rio de Janeiro , UFRJ/ COPPE 1995.

VIANNA, Aurélio. Etnia e Território: os poloneses de Carlos Gomes e a luta contra as barragens. Rio de Janeiro: CEDI, 1992.

O GLOBO. Caderno de Economia. Desmatrobrás, p. 29, Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2011.

VIVEIROS de CASTRO, E. e ANDRADE, L.M.M. Hidrelétricas do Xingu: o Estado contra as sociedades indígenas. In: SANTOS, L.A. e ANDRADE, L.M.M. (orgs.). As Hidrelétricas do Xingu e os Povos Indígenas. São Paulo: Comissão Pró-Índio, 1988. p.7-23.

ZHOURY, Andréa. Entrevista publicada em notícias socioambientais – ISA – Instituto Sócio Ambiental. Disponível em: http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3205, acessado em 10/12/2010.

Downloads

Publicado

01-12-2010

Como Citar

Daou, A. M. . (2010). Notas comprometidas sobre a discussão dos efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricos, antropologia e a atualidade da temática. Revista De Antropologia Da UFSCar, 2(2), 282–298. https://doi.org/10.52426/rau.v2i2.36