Identidade e política:

a prostituição e o reconhecimento de um métier no Brasil

Autores

  • Soraya Silveira Simões

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v2i1.20

Palavras-chave:

prostituição, Rio de Janeiro, Mobilização social, reconhecimento, grupos profissionais

Resumo

Este artigo procura analisar o percurso de mobilização das prostitutas no Rio de Janeiro até o reconhecimento de uma identidade profissional. A formação das associações de prostitutas no Brasil, a partir dos anos 1980, a participação efetiva no movimento de prevenção da AIDS e a interlocução com o Ministério da Saúde na conquista do almejado registro da prostituição na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério de Trabalho, contribuíram para a definição de suas causas e serão aqui restituídos de seus contextos político, social e urbano, de modo a evidenciar o desenvolvimento de um código deontológico de um grupo profissional.

Referências

BARRUEL DE LAGENEST. Lenocínio e Prostituição no Brasil. Rio de Janeiro : Agir, 1960.

BOLTANSKI, Luc. De la dénonciation. In Actes de la Recherche en Sciences Sociales. Paris, n. 51, mars 1984.

_______ & THEVENOT, Laurent. De la justification : les économies de la grandeur. Paris : Gallimard, 1991.

BURGESS, Ernest. « La croissance de la ville. Introduction a un projet de recherche » En : Yves Grafmeyer y Isaac Joseph (comps.) : L’École de Chicago. Paris: Les editions du Champ Urbain, 1979, pp. 127 a 144.

CEFAÏ, Daniel. « Qu’est-ce qu’une arène publique ? Quelques pistes pour une perspective pragmatiste ». En Daniel Cefaï y Isaac Joseph (comps.) : L’héritage du pragmatisme. Paris : Éditions de l’Aube, 2002, pp. 51 a 82.

CHOLLEY, Jean. Courtisanes du Japon. Arles cedex: Éditions Philippe Picquier, 2001.

DESROSIÈRES, Alain & THÉVENOT, Laurent. Les catégories socio-professionnelles. Paris : La découverte, 2002.

DEWEY, John. The public and its problems. Ohio: Ohio University Press, 1981 [1927].

Documento referencial para ações de prevenção das DST e da AIDS – Profissionais do Sexo, série Manuais, no. 47, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e AIDS, Brasília, março 2002. 160p.

GASPAR, Maria Dulce. Garotas de Programa: Prostituição em Copacabana e Identidade Social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. São Paulo, Editora Perspectiva, 1961.

_______. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1975.

GUSFILED, Joseph. La culture des problèmes publics – l’alcool au volant : la production d’un ordre symbolique. Paris : Economica, 2009.

HONNETH, Axel. La lutte pour la reconnaissance. Paris : Cerf, 2000.

HUGHES, Everett C. Le regard sociologique – essais choisies. Paris : Éditions de l’École des Hautes Études en Sciences Sociales, 1996.

LEITE, Gabriela Silva. Eu, mulher da vida. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1992.

_______. Filha, mãe, avó e puta. A história de uma mulher que decidiu ser prostituta. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

MATHIEU, Jean & MAURY, P.H. Bousbir : la prostitution dans le Maroc colonial – ethnographie d’un quartier résérvé. Paris : Éditions Paris-Méditerrannée, 2003.

MELLO, Marco Antonio da Silva; KANT DE LIMA, Roberto; VEIGA, Felipe Berocan; VALLADARES, Lícia. « Si tu vas à Rio! Isaac Joseph et l’expérience brésilienne ». En : Daniel Cefaï y Carole Saturno (comps.): Itineraires d’un pragmatiste : autour d’Isaac Joseph. Paris: Economica, 2007, pp. 235 a 259.

MELLO, Marco Antonio da Silva & VOGEL, Arno. Quando a rua vira casa. Rio de Janeiro: IBAM, 1981.

MISSE, Michel. s/d. As ligações perigosas: mercado informal ilegal, narcotráfico e violência no Rio. Disponível em http://www.ifcs.ufrj.br/~misse/perigo.doc

MORAES, Aparecida Fonseca. Mulheres da Vila: prostituição, identidade social e movimento associativo. Petrópolis : Vozes, 1995

PARK, Robert Ezra. « La Ville. Propositions de recherche sur le somportement humain en milieu urbain ». En Yves Grafmeyer y Isaac Joseph (comps.): L’École de Chicago. Paris: Les editions du Champ Urbain, 1979, pp. 79 a 126.

PEREIRA, Armando. “Prostituta não é caso de polícia”. En: A Prostituição é necessária? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, pp. 59 a 74.

SCHAPP, Wilhelm. Empétré dans des histoires. L’être de l’homme et de la chose. Paris : Cerf, 1992 [1976].

SIMÕES, Soraya Silveira. Vila Mimosa: etnografia da cidade cenográfica da prostituição carioca. Niterói: EdUFF, 2010.

TARDE, Gabriel. La morale sexuelle. Paris: Petite Bibliothèque Payot, 2008.

TREXLER, Richard. La prostitution florentine au Xvè siècle : patronages et clientèles. In : Annales, n.6, novembre-décembre, 1981.

TURNER, Victor. Schism and continuity in an African society: a study of a Ndembu village life. Manchester: Manchester University Press, 1957.

_______. Floresta de símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: EdUFF, 2005.

ZORBAUGH, Harvey W. “Áreas Naturais”. En Donald Pierson (comp.): Estudos de Ecologia Humana. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1970.

Downloads

Publicado

01-06-2010

Como Citar

Simões, S. S. (2010). Identidade e política:: a prostituição e o reconhecimento de um métier no Brasil. Revista De Antropologia Da UFSCar, 2(1), 24–46. https://doi.org/10.52426/rau.v2i1.20