Lutas contra o Um

notas do diálogo entre uma antropologia e um Marx contra o Estado

Autores

  • Jean Tible

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v3i1.43

Palavras-chave:

Estado, política, Karl Marx, Pierre Clastres, Eduardo Viveiros de Castro

Resumo

Este artigo propõe um diálogo entre duas abordagens; de Marx, por um lado, e da antropologia de P. Clastres e Viveiros de Castro, por outro. Trata-se de trocas acerca do Estado, a partir das respectivas concepções de abolição e recusa deste. Inicia-se com uma apresentação e justificativa desse diálogo, além de explanar também acerca de que Marx se está falando. Após colocar de modo inicial ambos os conceitos-chave e seus elos, tal encontro ganha outros  desdobramentos, graças aos Mil Platôs de Deleuze e Guattari. Enfim, a análise de certas lutas, antigas e contemporâneas, que ambas as perspectivas trabalham do ponto de vista teórico, permite aprofundar tal proposta.

Referências

ABENSOUR, Miguel. La Démocratie contre l’État. Paris: Édition du Félin. 2004.

ALÈS, Catherine. Yanomami, l’ire et le désir. Paris: Karthala. 2006.

_____________. “Le goût du miel”: le nouvel ordre politique dans l'Amazonie vénézuélienne et la participation yanomami. Journal de la Société des Américanistes, vol. 93, no 1, 2007.

ARICÓ, José. Marx e a América Latina. São Paulo: Paz e Terra. 1982.

BENJAMIN, Walter. Écrits français. Paris: Gallimard, 1991 [1940].

BENSAÏD, Daniel. Les dépossédés: Karl Marx, les voleurs de bois et le droit des pauvres. Paris: La fabrique. 2007.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Vingança e temporalidade: os Tupinambá. Journal de la Société des américanistes de Paris, v. 71, p. 191-208, 1985.

CLASTRES, Hélène. La Terre sans Mal: le prophétisme tupi-guarani. Paris: Seuil. 1975.

CLASTRES, Pierre. Chronique des Indiens Guayaki. Paris: Plon. 2000 [1972].

_____________. A sociedade contra o Estado. Tradução de Theo Santiago. São Paulo: Cosac Naify. 2003 [1974a].

_____________. Le grand parler: mythes et chants sacrés des indiens Guarani. Paris: Seuil. 1974b.

_____________. Arqueologia da Violência. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2004 [1980].

DELEUZE, Gilles. O devir revolucionário e as criações políticas: entrevista a Toni Negri. Novos Estudos, 28, outubro de 1990.

_____________. Pourparlers 1972-1990. Paris: Éditions de Minuit. 2003.

_____________. Prefácio: três problemas de grupo. In: GUATTARI, F. Psicanálise e Transversalidade. Aparecida: Idéias e Letras. 2004, p. 7-19.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mille plateaux. Paris: Éditions de Minuit. 1980. ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado : trabalho relacionado com as investigações de L. H. Morgan. Tradução de Leandro Konder. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1974 [1884].

GOLDMAN, Marcio. Como funciona a democracia: uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro: 7 Letras. 2006a.

_____________. Alteridade e experiência: Antropologia e teoria etnográfica. Etnográfica, vol.10, no.1, p.161-173. 2006b.

GRAEBER, David; LANNA, Marcos. Comunismo ou comunalismo? A política e o ‘Ensaio sobre o dom’. Revista de Antropologia, USP, v.48, no. 2, p. 501-23, 2005.

GUATTARI, Félix. A Transversalidade. In: _____________. Revolução Molecular. São Paulo: Brasiliense. 1981. p. 88-105.

HOBSBAWM, Eric. Introdução. In: MARX, K. Formações Econômicas Pré-capitalistas. São Paulo: Paz e Terra. 1991.

JULLIEN, François. De l’universel, de l’uniforme, du commun et du dialogue entre les cultures. Paris: Fayard. 2008.

LENIN. L’Etat et la Révolution. Paris: Editions Sociales. 1972 [1918].

LÉVI-STRAUSS, Claude; ERIBON, Didier. De perto e de longe. São Paulo: Cosac & Naify. 2005 [1988].

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mythologiques. 4 vol. (1, Le cru et le cuit; 2, Du miel aux cendres; 3, L’origine des matières de table; 4, L’homme nu). Paris: Plon. 1964-1971.

LIMA, Tania Stolze; GOLDMAN, Marcio. Prefácio. In: CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Tradução de Theo Santiago. São Paulo: Cosac Naify. 2003 [1974], p. 7-20.

GARCÍA LINERA, Álvaro. Indianismo y marxismo: el desencuentro de dos razones revolucionarias. Cadernos CLACSO, 2007.

SANTOS, Laymert Garcia dos. Politizar as novas tecnologias. São Paulo: 34. 2003.

SKIRDA, Alexandre. Les anarchistes russes, les soviets et la révolution de 1917. Paris: Les Éditions de Paris. 2000.

STENGERS, Isabelle. Au temps des catastrophes: résister à la barbarie qui vient. Paris: La Découverte. 2009.

SZTUTMAN, Renato. Religião nômade ou germe do estado? Pierre e Hélène Clastres e a vertigem tupi. Novos estud. – CEBRAP, n.83, pp. 129-157, 2009.

TRAGTENBERG, Maurício. Reflexões sobre o Socialismo. São Paulo: Editora Unesp. 2008.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Etnologia brasileira. In: MICELI, S. (Org.). O que ler na ciência social brasileira (1970 1995). 1 ed. São Paulo: Sumaré/Anpocs, v. , p. 109-223, 1999.

_____________. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify. 2002.

_____________. Uma figura de humano pode estar ocultando uma afecção-jaguar. Multitudes, v. 24, 2006. Disponível em: http://multitudes.samizdat.net/Uma-figura-de-humano-pode-estar Acesso em: 12 fev. 2009.

_____________. Filiação Intensiva e Aliança Demoníaca. Novos Estudos, v. 77, p. 91-126, 2007.

_____________. Encontros – Eduardo Viveiros de Castro. SZTUTMAN, R. (org.). Rio de Janeiro: Azougue. 2008.

ZIBECHI, Raúl. Dispersar el poder: los movimientos como poderes antiestatales. Buenos Aires: Tinta Limón. 2006.

Downloads

Publicado

01-06-2011

Como Citar

Tible, J. (2011). Lutas contra o Um: notas do diálogo entre uma antropologia e um Marx contra o Estado. Revista De Antropologia Da UFSCar, 3(1), 171–197. https://doi.org/10.52426/rau.v3i1.43