Infância Mbyá-Guarani e o processo educativo dos “pequenos indígenas” da Tekoá Pindó Mirim

Autores

  • Luana Santos da Silva
  • Mártin César Tempass
  • Narjara Mendes Garcia

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v11i1.281

Palavras-chave:

Infâncias, formação de educadores, Mbyá Guarani, crianças indígenas

Resumo

O presente artigo apresenta um estudo sobre a infância indígena Mbyá-Guarani, com foco nos processos educativos. Foram investigadas as interconexões a partir das concepções da Sociologia da Infância, da Antropologia da Criança e dos aspectos que transpassam a Educação Ambiental. Os sujeitos dessa pesquisa foram os “pequenos indígenas” MbyáGuarani da aldeia Pindó Mirim, que se situa em Itapuã, município de Viamão/RS. Como método de pesquisa-intervenção, foi usada a cartografia. A partir dos resultados, pode-se concluir que as crianças indígenas da Tekoá Pindó Mirim são atores sociais plenos, que tem autonomia e responsabilidades frente ao coletivo, e que as aprendizagens ocorrem no cotidiano de vida na aldeia. Essas experiências de educação e cuidado podem apresentar importantes contribuições para o campo da formação dos educadores.

Referências

ANDRADE, Rosane de. 2002. Fotografia e Antropologia: olhares fora/dentro. São Paulo: Estação Liberdade/EDUC.

ARIÈS, Philippe. 2011, 2ª edição. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC.

ASSIS, Valéria Soares de. 2006. Dádiva, mercadoria e pessoa: as trocas na constituição do mundo social Mbyá Guarani. Tese de doutorado. PPGAS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

BARROS, Laura Pozzana; KASTRUP, Virgínia. 2015. "Cartografar é acompanhar processos". In: Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de sujetividades/Org. Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia, Porto Alegre: Sulina.

BERGAMASCHI, Maria Aparecida. Maio/Ago 2007. "Educação escolar indígena: um modo próprio de recriar a escola nas aldeias guarani". Caderno Cedes, 27(72): 197-213.

BRANDÃO, Carlos R. "Comunidades aprendentes". 2005. In. Encontros e caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores. Brasília.

BROUGÈRE, Gilles. 2006. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez.

COHN, Clarice. 2005. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Zahar.

______. 2013. "Concepções de infância e infâncias: Um estado da arte da antropologia da criança no Brasil". Revista Civitas. 13(2):221-244.

CORSARO, W. A. 2011. Sociologia da infância. Tradução: Lia G.R.R. Porto alegre: Artmed.

DELEUZE, Gilles. 1997. Crítica e clínica. São Paulo: Ed. 34.

DELGADO, Ana Cristina Coll; MÜLLER, Fernanda. Mai/ago 2005. "Em busca de metodologias investigativas com as crianças e suas culturas". Cadernos de Pesquisa, 35 (125):161-179.

ECKERT, Cornélia e Ana Luiza Carvalho da Rocha. 2008. "Etnografia: saberes e práticas". Ciências humanas: pesquisa e método, 9(21):9-36.

EISENSTADT, N. S. 2001. "Modernidades Múltiplas". In: Sociologia: Problemas e Práticas, n. 35, abr. 2001.

FOLADORI, Guilhermo; TAKS, Javier. 2004. "Um olhar antropológico sobre a questão ambiental". Mana, 10(2):323-348.

GOMES, Ana Maria R. 2009. "Outras crianças, outras infâncias?". In: Estudos da infância: educação e práticas sociais. Manuel Sarmento, Maria Cristina Soares de Gouvea (orgs.) 2ª edição, Rio de janeiro: Vozes.

LOPES, Jader Janer Moreira; VASCONCELLOS, Tânia de. Jan/jun. 2006. "Geografia da infância: Territorialidades Infantis". Currículo sem fronteiras, 6(1):103-127.

NUNES, Angela. 2003. Brincando de ser criança. Contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância. Tese de Doutoramento. PPGA, Lisboa, Portugal.

______. 2002. "No tempo e no espaço, brincadeiras das crianças A’uwe-Xavante". In: Crianças indígenas ensaios antropológicos. São Paulo: Global.

PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides. 2015. "A cartografia como método de pesquisa-intervenção". In: Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de sujetividades/Org. Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia, Porto Alegre: Sulina.

PEREIRA, Vilmar Alves. 2012. Infância e subjetividade: como os filósofos concebem a infância. Appris, Curitiba.

PISSOLATO, Elizabeth. 2004. "Mobilidade, multilocalidade, organização social e cosmologia: a experiência de grupos Mbya-Guarani no sudeste brasileiro". Tellus, 4(6):65-78.

PRATES, Maria Paula. 2008. Corporalidade e gênero: reflexões possíveis sobre mulheres e crianças Mbyá-Guarani.

PROFICE, Christiana Cabicieri; PINHEIRO, José Q. 2009. "Explorar com crianças: reflexões teóricas e metodológicas para os pesquisadores". Arquivos Brasileiros de Psicologia 61(3):11-22.

PROFICE, Christiana Cabicieri; SANTOS, Gabriel Henrique Moreira dos. Set/dez. 2017. "De Grumetes a Kunumys: estilos de infâncias brasileiras". Revista História da Educação, 21(53):307-325.

PROUT, Alan. 2010. "Participação, políticas e as condições da infância em mudança". In: Infância em perspectiva: políticas, pesquisas e instituições. MÜLLER, Fernanda (Org.). São Paulo: Cortez.

SANTOS, Nayara M.; UEMA, Fábio A.; PIMENTEL, Giuliano G.; OLIVEIRA, Amauri A. "O brincar na natureza é uma aventura para as populações Guarani do Paraná? [S. l.], [2016?]. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/127757/OBRINCAR-NA NATUREZA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 5 mai. 2016.

SARMENTO, Manuel Jacinto. 2007. "Visibilidade social e estudo da infância". In: Infância (in)visivel / vera Maria Ramos de Vasconcellos, Manuel Jacinto Sarmento, organizadores, Araraquara, SP.: Junqueira & Marin.

SATO, Michèle; PASSOS, Luiz Augusto. 2011. "Biorregionalismo: identidade histórica e caminhos para a cidadania". In: Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania, Cortez.

SILVA, Aracy L. 2002. "Pequenos 'xamãs': crianças indígenas, corporalidade e escolarização".

SILVA, Aracy e NUNES, Angela. In: Crianças indígenas: ensaios antropológicos. São Paulo: Global.

SILVA, Luana Santos da Silva. 2017. A infância dos “pequenos indígenas” Mbyá-Guarani da Tekoá Pindó Mirim: os entrecruzamentos com a natureza e o protagonismo nos processos educativos. Dissertação de mestrado. PPGEA, Universidade Federal do Rio Grande.

STUMPF, Beatriz Osório; WOLF, Denise Rosana; BERGAMASCHI, Maria Aparecida.Mai/Ago. 2016. "Reflexões interculturais sobre educação ambiental indígena". Revista Eletrônica Mestrado em Educação Ambiental – REMEA, 33(2):247-267.

TASSINARI, Antonella. Out. 2017. "Concepções indígenas de infância no Brasil". Tellus, 7(13): 11-25.

TEMPASS, Mártin César. 2012. A doce cosmologia Mbyá-Guarani: uma etnografia de saberes e sabores. Curitiba: Appris.

Downloads

Publicado

01-06-2019

Como Citar

Silva, L. S. da, Tempass, M. C., & Garcia, N. M. (2019). Infância Mbyá-Guarani e o processo educativo dos “pequenos indígenas” da Tekoá Pindó Mirim. Revista De Antropologia Da UFSCar, 11(1), 204–231. https://doi.org/10.52426/rau.v11i1.281

Edição

Seção

Dossiê: Crianças e Infâncias Indígenas