Categorias gramaticais e significação

aspectos morfológicos e taxonômicos dos zooemas em Bakairi (Karib Sul)

Autores

  • Evandro de Sousa Bonfim UFRJ/Museu Nacional

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v14i1.410

Palavras-chave:

Linguística, Mito, Zooemas, Línguas Ameríndias

Resumo

Para Franz Boas, fundador da Antropologia e da pesquisa linguística em idiomas ameríndios, o acionamento de categorias gramaticais carrega informações semânticas que apontam para as categorias de pensamento a partir das quais a língua se organiza e se singulariza. Este artigo tem como objetivo analisar as concepções mobilizadas pelas operações gramaticais envolvendo o morfema -do da língua Bakairi, pertencente à família Karib Sul. Dados relativos à formação de coletivos de animais e artefatos como flautas mediante a sufixação do morfema -do apontam para o recurso à lógica classificatória do mito, organizada em unidades de sistema denominadas por Lévi-Strauss de zooemas.

Referências

BARCELOS NETO, Aristóteles. 2021. “A flauta-jaguar e outros aerofones wauja: uma contribuição xinguana ao instrumentarium zoologica Amazonia”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Humanas, 16(3): 1-19.

BARROS, Edir P. de. 2003. Os Filhos do Sol. São Paulo: Edusp.

BENVENISTE, Émile. 1989. Problemas de linguística geral II. [Tradução de Eduardo Guimarães et al]. Campinas: Pontes.

BONFIM, Evandro S.; AGUIAR, Maycon. S. 2021. “Categorias ontológicas e afixos taxonômicos em línguas ameríndias”. Revista Cientifica UBM - Barra Mansa (RJ), 23(45): 26-36.

BONFIM, Evandro S. 2015. “A Pessoa Inclusiva em Bakairi. Morfologia Pronominal e Ontologia em Línguas Karib”. Espaço Ameríndio, 9(1): 35-53.

_____. 2018. “Como o Narrador e a Língua Estruturam o Mito: as Interferências no Conto Bakairi ‘A Onça e o Tamanduá’”. Revista del Museo de Antropología, 11(1): 17-24.

FAUSTO, Carlos. 2017. “Chefe Jaguar, Chefe Árvore. Afinidade, Ancestralidade e Memória no Alto Xingu”. Mana 23(3): 653-676.

KAMIKIAWA, Eric T. 2021. Imyrâkâ. Tadâwa Kurâ-Bakairi. Editora Apris: Curitiba.

JAKOBSON, Roman. 2007. “A Concepção de Significação Gramatical segundo Boas”. In: I. Blikstein; J. P. Paes (trads.), Linguística e Comunicação. São Paulo: Editora Cultrix. pp. 87-97.

LATOUR, Bruno. 1994. Jamais Fomos Modernos. São Paulo: Editora 34.

LÉVI-STRAUSS, Claude. 2008[1958]. “A Estrutura dos Mitos”. In: _____. Antropologia Estrutural I. São Paulo: Cosac & Naify.

_____. 1987. A Oleira Ciumenta. Lisboa: Edições 70.

SILVERSTEIN, Michael. 1976. “Hierarchy of features and ergativity”. In: Dixon, R.M.W. (ed.), Grammatical categories in australian languages. Camberra: Australian Institute of Aboriginal Studies, pp. 112-171.

SOUZA, Tânia C. 1999. Discurso e Oralidade: um Estudo em Língua Indígena. Niterói: MCII/UFF.

TAUKANE, Isabel. 2013. Na Trilha das Pekobaym Guerreiras Kura-Bakairi: de mulheres árvores ao associativismo do Instituto Yukamaniru. Dissertação de Mestrado. Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana, 2(2): 115-143.

_____. 2002. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify.

VON DEN STEINEN, Karl. 1940. O Brasil Central: expedição de 1884 para a exploração do Xingu. São Paulo: Companhia Ed. Brasiliana.

XAGOPE, Valdo. 2021. Organização do Léxico em Bakairi. In: Apresentação ao SEPLA, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

YAWALAPITI, Tapi. 2020. Fundamentos para uma gramática e dicionário bilíngue da língua Yawalapíti: uma língua que não deve morrer. Dissertação de Mestrado. PPGL, Universidade de Brasília.

Downloads

Publicado

01-03-2023

Como Citar

Bonfim, E. de S. (2023). Categorias gramaticais e significação: aspectos morfológicos e taxonômicos dos zooemas em Bakairi (Karib Sul). Revista De Antropologia Da UFSCar, 14(1), 144–158. https://doi.org/10.52426/rau.v14i1.410

Edição

Seção

Dossiê Franz Boas: Etnografia e Linguagem