Luzes antropológicas ao obscurantismo

uma agenda de pesquisa sobre o “Brasil profundo” em tempos de crise

Autores

  • Rosana Pinheiro-Machado

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v8i2.166

Palavras-chave:

Obscurantismo, Brasil profundo, periferia, evangélicos

Resumo

Das instituições democráticas às relações interpessoais, a sociedade brasileira vê-se diante de um colapso. O país atravessa uma crise profunda, que nos afeta enquanto sujeitos coletivos e pessoa moral. Nesse contexto, a Antropologia – essa ciência que vive da prática insistente da escuta – torna-se mais importante do que nunca, pois não se trata de uma crise exclusivamente econômica ou política, mas de um processo multidimensional. A tradição antropológica que se debruça tanto sobre a liminaridade quanto sobre as interpretações holistas da vida social precisa ser resgatada. Nesse momento crítico, é preciso produzir uma antropologia do Brasil profundo – tal como Kleinman et al. (2011) reivindi- cam sobre a China –, ou seja, perceber como transformações sociais afetam drasticamente a vida moral dos sujeitos e como eles respondem a esses processos.

Referências

ABU-LUGHOD, Lila I. L. A. 2012. “Living the ‘revolution’ in an Egyptian village: Moral ac- tion in a national space”. American Ethnologist, 39(1):21-25.

DUARTE, Luiz Fernando D. 1986. Da vida nervosa nas classes trabalhadoras urbanas. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

DUTRA, Roberto. 2016. “Há Cegueira da esquerda para entender a nova classe trabalhadora”. El País, 5 jun. 2016.

FONSECA, Claudia. 2000. Família, Fofoca e Honra. Porto Alegre: Ed. da UFRGS.

GRAEBER, David. 2004. Fragments of an anarchist anthropology. London: Dubois Publishing.

HUCHSCHILD, Arlie. 2016. Strangers in Their Own Land: Anger and Mourning on the American Right. New York: The New Press.

KIRBY, Gregory. 2015. Neoliberal Education in Brazil. Dissertação de Mestrado. Universidade de Warwick.

KLEINMAN, Arthur; YAN, Yunxiang; JUN, Jing; LEE, Sing; ZHANG, Everett; PAN, Tianshu; WU, Fei; GUO, Junhua. 2011. Deep China. Berkeley: University of California Press.

NERI, Marcelo Côrtes. 2008. A nova classe média. Rio de Janeiro: FGV/Ibre, CPS. OLIVEIRA LIMA, Diana. 2012. “Prosperity and Masculinity: Neopentecostal Men in Rio de Janeiro”. Ethnos, 77:372-399.

PINHEIRO-MACHADO, Rosana. 2017. Circuits of Counterfeits. London: Routledge.

PINHEIRO-MACHADO, Rosana; SCALCO, Lucia Mury. 2014. “Rolezinhos: Marcas, consumo e segregação no Brasil”. Revista Estudos Culturais, 1.

SARTI, Cynthia. 1996. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. Campinas: Editora Autores Associados/Fapesp.

SINGER, André. 2009. “Raízes sociais e ideológicas do lulismo”. Novos estudos-CE- BRAP, 85:83-102.

SOUZA, Jesse. 2010. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalha- dora? Belo Horizonte: Editora UFMG.

SPYER, Juliano. 2013. “An Ethnographic Account of the Riots in Brazil Seen From the Periphery”. Hot Spots, Cultural Anthropology website, December 20, 2013. Disponível em: <https://culanth.org/fieldsights/440-an-ethnographic-account-of-the-riots-in-brazil- seen-from-the-periphery>. Acesso em: 28 dez. 2016.

TRAVANCAS, Isabel. 2010. “Etnografia da produção jornalística – estudos de caso da im- prensa brasileira”. Brazilian Journalism Research, 6(2):83-102.

Downloads

Publicado

01-12-2016

Como Citar

Pinheiro-Machado, R. (2016). Luzes antropológicas ao obscurantismo: uma agenda de pesquisa sobre o “Brasil profundo” em tempos de crise. Revista De Antropologia Da UFSCar, 8(2), 21–28. https://doi.org/10.52426/rau.v8i2.166

Edição

Seção

Dossiê Antropologia do Impeachment