Etnografia? Observação participante, uma práxis potencialmente revolucionária

Autores

  • Alpa Shah
  • Lucas Parreira Álvares
  • Giovanna Benassi
  • Antônio Olegário
  • Marcos Lanna

Palavras-chave:

etnografia, teoria, observação participante, Índia, práxis revolucionária

Resumo

Este ensaio foca o núcleo da pesquisa etnográfica – a observação participante – para argumentar que esta constitui uma práxis potencialmente revolucionária, uma vez que nos força a questionar os nossos pressupostos teóricos sobre o mundo, produzindo um conhecimento que é novo, estava marginalizado ou era silenciado. Argumenta-se que a observação participante não é meramente um método da antropologia, mas é uma forma de produção de conhecimento através do ser e da ação; é práxis, o processo pelo qual a teoria é dialeticamente construída e realizada em ação. Quatro aspectos centrais da observação participante são discutidos: longa duração (engajamento de longo prazo), desvelamento das relações sociais de um grupo de pessoas (compreensão de um grupo de pessoas e seus processos sociais), holismo (estudo de todos os aspectos da vida social, marcando sua fundamental democracia) e a relação dialética entre intimidade e estranhamento (fazer amizade com estranhos). Embora os riscos e limites da observação participante estejam delineados, assim como as tensões entre ativismo e antropologia, argumenta-se que engajar-se na observação participante é um ato profundamente político, que nos permite desafiar concepções hegemônicas do mundo, contrapor-se a autoridades e agir melhor no mundo.

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Publicado

01-06-2020

Como Citar

Shah, A., Álvares, L. P., Benassi, G., Olegário, A., & Lanna, M. (2020). Etnografia? Observação participante, uma práxis potencialmente revolucionária. Revista De Antropologia Da UFSCar, 12(1), 373–392. Recuperado de https://www.rau2.ufscar.br/index.php/rau/article/view/342