Pode uma cidade-fantasma ter gente, festa, patrimônio?

Interstícios entre (sobre)viver e resistir em contextos de conflito socioambiental

Autores

  • Luana Carla Martins Campos Akinruli UFMG
  • Samuel Ayobami Akinruli UFMG

DOI:

https://doi.org/10.52426/rau.v13i1.375

Palavras-chave:

Conflito socioambiental, patrimônio, memória, território, identidade

Resumo

O crescimento exponencial dos interesses minerários em Miguel Burnier, distrito do município de Ouro Preto (Minas Gerais, Brasil) está sintonizado a um contexto de ampliação minerária experienciado no politicamente chamado de "Quadrilátero Ferrífero-Aquífero" e que reflete a expansão das fronteiras da indústria extrativa mineral no Brasil o que também é evidente na América Latina. Como os impactos socioambientais decorrentes desse contexto são experienciados pela comunidade? Quais lutas e resistências são travadas no embate pelo direito a existir? Estas são algumas questões propostas nesse ensaio fotográfico resultado de pesquisas etnográficas realizadas a partir do ano de 2013, que demonstra os processos de litígios relacionados aos direitos fundamentais da comunidade, como as prerrogativas legais sobre seu território e sua memória. Neste estudo de caso, o patrimônio cultural expôs tanto os procedimentos bastante seletivos do ato de lembrar e esquecer, quanto as dinâmicas dos usos sociais do patrimônio em suas imbricadas relações entre a defesa de identidades, territórios e memórias.

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Publicado

05-12-2021

Como Citar

Akinruli, L. C. M. C., & Akinruli, S. A. (2021). Pode uma cidade-fantasma ter gente, festa, patrimônio? : Interstícios entre (sobre)viver e resistir em contextos de conflito socioambiental. Revista De Antropologia Da UFSCar, 13(1), 278–294. https://doi.org/10.52426/rau.v13i1.375